Por Thiago Ermano Jorge *
O Brasil atravessa um momento histórico em que a chamada “economia invisível” dos ativos intangíveis assume protagonismo absoluto. Segundo o suplemento especial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), elaborado em 2025 em parceria com a OMPI e a Luiss Business School:
entre 65% e 70% de todos os investimentos intangíveis nacionais não são capturados pelas estatísticas oficiais. Isso significa que cerca de R$ 498 bilhões permanecem invisíveis ao PIB, o equivalente a 5,5% de toda a economia nacional.
Trata-se de um valor superior à contribuição da agropecuária (7,7%) e da mineração (5,5%), dois setores que tradicionalmente sustentaram a base do desenvolvimento brasileiro. Apenas para se ter uma ideia da dimensão, se esses intangíveis fossem incorporados às Contas Nacionais, a taxa de investimento do país saltaria de 17,9% para 23% do PIB, uma diferença de cinco pontos percentuais – efeito que nenhum outro setor físico conseguiria gerar em tão curto prazo.
O Brasil já ocupa uma posição de destaque no cenário internacional. Em 2021, registrou US$ 244 bilhões em investimentos intangíveis, superando países como Espanha, Holanda e Suécia. Além disso, os intangíveis já representam 47% de todo o investimento realizado no país, frente a 32% dos tangíveis. Enquanto os ativos físicos cresceram apenas 32% entre 1995 e 2024, os intangíveis mais do que dobraram, avançando 143% no período. Essa tendência confirma que a verdadeira riqueza nacional está nos ativos invisíveis: softwares, bases de dados, pesquisa e desenvolvimento, marcas, cultivares e capital organizacional.
Outro dado emblemático é a resiliência desse capital. Mesmo em períodos de crise – juros elevados, retração do PIB ou queda do comércio internacional – os investimentos em ativos intangíveis se mantiveram em crescimento, sustentando a produtividade e atenuando choques econômicos. Em 2020 e 2021, por exemplo, enquanto os tangíveis cresceram 8%, os intangíveis avançaram 14%.
Para efeito de comparação, trata-se de um impacto superior ao valor agregado pela agropecuária ou mesmo pela indústria extrativa mineral, setores tradicionalmente vistos como pilares da economia brasileira.
No cenário global, a composição do investimento intangível reforça tendências que dialogam diretamente com a estratégia do Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis (CTICANN). O capital organizacional é o principal ativo invisível no Brasil, respondendo por 39,8% do que não aparece nas estatísticas, seguido de marcas (38%), design (21,4%) e novos produtos financeiros. A marca é justamente uma força brasileira, representando 25% do investimento intangível total – proporção superior à observada em países como Estados Unidos (12%) e Índia (10%).
Esse conjunto de informações revela que o Brasil já é uma potência oculta em intangíveis. O desafio, e ao mesmo tempo a grande oportunidade, é transformar esse capital invisível em riqueza mensurável, tangível e monetizável. É exatamente nesse espaço que o CTICANN atua.
Estruturado como hub deep tech de ciência, inovação e bioeconomia, o CTICANN propõe transformar pesquisas em ativos econômicos estratégicos. Patentes de biotecnologias e softwares aplicados à genética, cultivares tropicais registradas, bancos de dados científicos estruturados e modelos de governança replicáveis compõem a plataforma de valor que o centro oferece ao Brasil e às Américas.
Startups incubadas e aceleradas pelo CTICANN encontram o ambiente ideal para converter conhecimento em produtos e serviços de alto impacto; universidades e pesquisadores acessam a ponte que transforma ciência em patentes e spin-offs; investidores encontram ativos com retorno sustentado, royalties e licenciamento de até vinte anos.
O dado central é este: enquanto ativos tangíveis crescem a taxas anuais de apenas 1%, os ativos intangíveis avançam em torno de 4% ao ano. Isso significa que investir em intangíveis não é apenas apostar no futuro – é participar da parte da economia que já cresce quatro vezes mais rápido que os setores tradicionais. E o CTICANN, ao alinhar Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial com inteligência artificial, biotecnologia e governança organizacional, posiciona-se como a plataforma estratégica para materializar esse PIB invisível.
Investir no CTICANN é investir na tradução desse potencial oculto em riqueza palpável, com retorno direto em ciência, inovação, bioeconomia e desenvolvimento sustentável. É participar de uma virada histórica que reposiciona o Brasil na vanguarda da economia do conhecimento e da bioeconomia global.
Chamado Estratégico
A Cannabis sativa spp. é uma excelente agregadora e não compete com o agro, indústria ou academia brasileira. Pelo contrário, ela amplia, regenera e diversifica mercados inovadores em 21 setores econômicos. O produtor rural – pequeno, médio ou grande – que plantar conhecimento hoje, colherá tecnologia, margem e mercados amanhã.
A universidade que apoia pesquisadores e estabelece diálogo com os setores público e privado tem maior potencial de se tornar uma referência regional e até global nos próximos anos, orientando mais de 180 mil profissionais em menos de cinco anos.
Investidores e a indústria que se aproximar agora do setor liderará exportações de alto valor agregado. E o Brasil, que deve investir em genética e processamento próprios, deixará de ser dependente para tornar-se referência. É o que propomos pelo CTICANN.
O futuro é agora! Aproveite esta oportunidade única de liderar a transformação da bioeconomia brasileira: invista em ativos intangíveis que crescem quatro vezes mais rápido que os setores tradicionais e garanta sua participação estratégica junto com nossa plataforma de inovação.
Acesse os estudos para mais detalhes:
Relatório Técnico – Cânhamo Industrial (CTICANN):
https://cticann.org/cticann-apresenta-relatorio-inedito-sobre-pesquisa-e-inovacao-com-canhamo/
Análise Sistemática Global – Cannabis (CTICANN):
https://cticann.org/cticann-lanca-analise-global-inedita-sobre-a-producao-cientifica-da-cannabis
* Thiago Ermano Jorge é Pesquisador Interdisciplinar, diretor-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis e Cânhamo (ABICANN) e diretor do Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis (CTICANN). Atua na integração entre políticas públicas, ciências, tecnologias e bioeconomia, com foco em Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial.
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