
Por Thiago Ermano Jorge *
Quando pensarmos em inovação, precisamos pensar em INOVADORES. E acho importante compartilhar uma visão que tem me provocado há alguns anos: como o mundo moldará o líder do futuro?
Para responder uma tese, compartilho algumas ideias ‘fantasiosas’ nesse artigo, sem a intenção de ter a verdade absoluta, mas para ‘brincar com o imaginário’ de quem lê e sabe que existem várias dessas lideranças trabalhando agora mesmo por aí. Que seja inspiração!
Porque a construção de uma nova geração de lideranças já está em curso. Não se trata apenas de adaptar competências. Trata-se de redefinir a própria compreensão sobre o que significa exercer influência, articular sistemas complexos e sustentar processos de transformação contínua.
O líder dos próximos séculos emerge em um cenário marcado por avanços científicos, mudanças regulatórias, economias híbridas e pressões sociais por ética, transparência e estabilidade.
Esse novo paradigma de liderança é orientado por uma combinação rara entre profundidade técnica, clareza institucional e método. É uma liderança que não depende da força do discurso, mas da coerência. Não se impõe pelo volume, mas pela presença. E não atua para ciclos curtos, mas para eras inteiras.
A “Autoridade Silenciosa” é a expressão madura dessa liderança. Ela se manifesta quando o conhecimento técnico é traduzido em orientação clara; quando o equilíbrio organiza ambientes tensos; quando a articulação resolve conflitos que pareciam insolúveis; e quando diferentes setores – ciência, indústria, Estado, sociedade – encontram um ponto comum de trabalho.
Essa liderança estabiliza, conecta e direciona.
Ao contrário de modelos tradicionais, que se apoiavam em visibilidade ou protagonismo, o líder das próximas décadas e dos próximos séculos será reconhecido pela capacidade de criar estruturas duradouras, fortalecer instituições e abrir caminhos que permanecem além de seu tempo.
Ele opera com método, responsabilidade e visão estratégica, integrando agendas públicas e privadas, nacionais e internacionais, sempre ancorado em ética e resultados.
No contexto global – e especialmente em setores emergentes como saúde, bioeconomia e tecnologias aplicadas – esse perfil se torna indispensável. Ambientes regulados, inovadores e complexos exigem lideranças que saibam unir atores, traduzir marcos técnicos, antecipar riscos e construir governança.
Exigem líderes capazes de moldar ecossistemas, não apenas conduzir equipes.
A autoridade silenciosa não é ausência de voz; é a capacidade de falar apenas quando necessário, e de estruturar o ambiente antes de estruturar o discurso. É a liderança que gera confiança, solidez e continuidade: três pilares essenciais para qualquer setor que pretenda crescer de forma sustentável nas próximas décadas.
O futuro não será liderado por quem fala mais, mas por quem sustenta mais.
Não será conduzido por quem disputa espaço, mas por quem constrói espaço.
E não será moldado por quem reage ao tempo, mas por quem cria tempo.
Essa é a liderança que molda eras. Essa é a liderança que o século XXI e os próximos séculos exigirão. Essa é somente uma tese.
* Thiago Ermano Jorge é Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis e Cânhamo (ABICANN) e Diretor e Pesquisador Interdisciplinar do Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis (CTICANN), com vínculo ao Instituto Brasileiro de Ciências Psicoativas (IBCPA). Atua na integração entre ciência, tecnologia e bioeconomia, com foco em Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial.
Acesse nossos estudos para mais detalhes:
📘 Relatório Técnico Global sobre Pesquisa e Inovação com o Cânhamo Industrial (CTICANN)
🌍 Análise Sistemática Global sobre Produção Científica da Cannabis (CTICANN)

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